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A saúde na cidade de São Paulo

A saúde na cidade de São Paulo

A saúde virou vedete da campanha à prefeitura de São Paulo. Não encontrei dados para corroborar a minha impressão. Se alguém souber onde posso encontrar estatística de motivo de atendimento e entrada em hospitais, estou totalmente abertos à recomendação e agradeço de coração.
 
Apenas sempre vi que a solução de um problema recorrente é mais eficiente que a remediação constante. Atacar a causa raiz. Pense nos programas de recapeamento. Certamente já se gastou muito mais com recapeamento do que se gastaria com uma solução definitiva. Mas, ei!, quem é que governa para resolver, se não para PARECER que resolve?
 
No que penso que atuações em três linhas resolveriam significativamente os problemas da saúde, não apenas da cidade de São Paulo. Não são ações diretas da saúde – dependem de outra linha do orçamento -, mas os impactos são mais do que conhecidos. Pertencem a outras frentes. Não existiriam filas, ou seriam drasticamente reduzidas, se o contingente que precisa de atendimento fosse menor.
 
Assim como estratégias de segurança pública, que tem o mais de suas atendimentos em furto (amanhã a estatística, bem mais farta na SSP), os atendimentos em hospitais estão concentrados em procedimentos simples. No caso, exames de sangue, viroses, tosses. Clínica geral. É o grosso do atendimento.
 
Então, pensando estruturalmente, ações efetivas deveriam se basear nos seguintes critérios.
 
1. Saneamento básico: A relação falta de saneamento básico e desenvolvimento cognitivo estão mais do que comprovados. Impacta na educação. Impacta na saúde. Mais casa sem acesso a saneamento básico significa mais problemas de saúde, o que significa mais gente indo para hospitais.
 
2. Moradia: o Programa Vivenda, capitaneado pelo meu amigo Fernando Assad, sabe muito bem deste ponto. O que puderam coletar veio de verificação empírica. Casas que estão construídas em condições melhores, em especial com atenção ao tratamento de umidade, significam um lar mais saudável.
 
3. Máfia do jaleco: destituir a máfia do jaleco é primordial. Em alguns lugares há médicos, que por conta de uma fiscalização frouxa e uma gigantesca falta de caráter, batem ponto na rede pública e seguem para atendimento na rede particular, que paga mais.
 
O primeiro item depende exclusivamente do governo do Estado. Aparentemente, em SP, está proibido cobrar o governador Geraldo Alckmin sobre qualquer item. O segundo, poderia virar um efetivo programa de governo, mais barato que construção de moradias. Garante emprego a quem trabalha nas obras, treina-se quem for trabalhar, despenca-se o custo de material, e ainda por cima é capaz de criar um mutirão para regularização de moradias. Seria levar o Programa Vivenda a status de ação de governo. O terceiro deveria ser uma ação unificada entre saúde e Polícias Militar e Civil, gerando efetiva e imediata exoneração de corruptos, além de prisões.
 
Pode-se integrar rede estadual e municipal de hospitais (aliás, por que até hoje não é assim?), como propõe o Dória. Pode-se pensar em mais hospitais, mais leitos, mais médicos, como todos propõem. Não vejo o problema ser resolvido, no entanto. Se a causa-raiz não for tratada, nos próximos anos continuaremos discutindo exatamente as mesmas coisas.
 
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