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O Partido NOVO 30, dito baluarte da nova política nacional, está em campanha ferrenha e necessária para selecionar candidatos para as próximas eleições. Sua engrenagem, no entanto, esconde uma pegadinha que seleciona apenas aqueles que representam exatamente o que de mais antigo existe na política brasileira.
 
Por definição estatutária, o Novo não recebe dinheiro público para financiar suas campanhas. Depende, portanto, da benfeitoria de pessoas e de seus afiliados para que exista. Por mais que tentemos, nunca estaremos, na política, livres de dinheiro. Assim, cada pré-candidato, para se fazer efetivamente candidato nas eleições que se aproximam, tem meta a bater. A saber, duas metas: quantidade de novos afiliados que ele capaz de inscrever e montante de dinheiro que ele é capaz de arrecadar.
 
A “lógica” utilizada pelo partido é a de que se alguém não é capaz de conseguir afiliações e dinheiro agora em janeiro não será capaz de atrair votos em outubro. Não pode haver nada mais absurdo em pensar desta maneira, ao criar pretenso elo entre as pontas.
 
A comparação a que se propõe é esdrúxula. A dificuldade de um voto é incomparavelmente menor do que a de se afiliar a um partido político ou – e aqui cabe somente o adjetivo de infame – doar dinheiro a um partido politico. São medidas incomparáveis e dizer que uma possui relação causal com a outra é infantil.
 
Em paralelo, algumas das maiores críticas que se faz ao mundo politico nacional são que os politicos são em sua esmagadora maioria homens brancos e ricos, estrutura que dizima minorias e cria um debate unilateral (o estardalhaço provocado por figuras defensoras das minorias é premissa obrigatória, caso contrário suas pautas sequer seriam consideradas), e que a decisão das políticas públicas vai para onde o dinheiro diz que tem que ir.
 
Reflita sobre estas questões dentro da estrutura básica do Novo e responda a estas simples perguntas: dada esta etapa do processo de seleção, qual o perfil de candidato você acha que será escolhido? O eleitor de periferia que precisa ser incluído na política mas que não tem dinheiro para doar muito menos pretensão de afiliar a um partido politico, ou o branco zona sul que tem dinheiro e amigos-com-dinheiro e precisa pensar “no bem do povo”? Consequentemente, como assegurar que a de atuação legislativo (não é momento ainda de pensar no Novo como candidato viável em nível executivo) independerá dos interesses destes grupos de doadores?
 
A resposta à primeira pergunta mata a pretensão do Novo de realmente ser diferente, porque, no limite, não muda o estereótipo dos políticos, sequer arranha a imagem. Trata-se, no partido, de endinheirados que sempre deram as cartas nesta terra, agora com discurso um tanto poliana que combina com o que muita gente acredita, mas que em efeito prático é raso.
 
A mudança política virá não acreditando em déspotas esclarecidos, ou Novistas bem-intencionados. Virá quando toda uma população marginalizada estiver interessada pela política, quando participar ativamente dos quadros e pautas de governo, e, principalmente, quando se vir representada por gente como ela. O Novo segue caminho diametralmente oposto.
 
Estas eleições em 2018 colocarão à prova o próximo passo do partido. Enfrentará o mundo real da política em sua frente. Eleições não são para amadores. Se a alternativa é eleger mais do mesmo – gente igual mas com uma roupagem diferente – um populista come com farinha os bonitinhos quando visitam as Zonas Nortes da vida. Ou o exemplo de Crivella não foi forte e significativo o suficiente? Independentemente de plataformas políticas distintas, há menos distância na postura de, por exemplo, Freixo e do Novo do que o partido gostaria de supor.
 
Considero louvável a postura e a atitude do Novo de querer mudar o cenário politico nacional. Agir é o único caminho para a mudança, isso não deve ser questionado. No entanto, quando a premissa está errada, toda argumentação é nula. O Novo, com seu distanciamento superior – nós sabemos melhor, confie na gente, a garantia sou eu – contribui para reforçar a mesmíssima estrutura arcaica que diz querer remontar. Deveria expandir sua seleção e acolher gente que não tem como bater suas metas mas oferece um pensamento renovado em rincões onde não entrará tão cedo. Deve abrir o debate para que outra vozes sejam ouvidas e incluídas em seus programas. Do jeito que está, comete um erro estratégico grave, dentre os muitos outros que tem cometido recentemente.
 
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Ver Comentários (30)
  • Nada ver! Sou pré candidato aprovado no processo seletivo do Novo! sou negro, não sou rico e moro na periferia do DF. E também não filiei ninguém no partido.

    • Jefferson, seja bem-vindo!
      Sim, este é o processo do Novo, conforme descreveu Ricardo Rangel, pré-candidato no Rio e alguns amigos meus que embarcaram na vida política.
      Eu acho fundamental que o Novo abra espaço para justamente gente como você. Da forma como estavam fazendo, isolavam este perfil. Que excelente que o Novo esteja receptivo a você, que ainda é uma exceção não somente no partido, mas em quase todos.
      Torço de verdade para que o Novo seja um sopro de renovação na política. Não concordo com a premissa fundamental do partido (o estado mínimo), mas vejo o debate como fundamental.
      Estou e estarei sempre à disposição para conversarmos quando quiser.
      Um grande abraço, Gabriel Galo

      • O Novo nunca teve os princípios apontados na matéria tendenciosa que deixou claro (Escrachadamente e de forma forçada) os discursos segregadores que só tentam forçar ódio e não agregam em nada.

        O Sistema do partido tem como pré-requisito que os candidatos passem no processo seletivo e ao passarem eles fazem treinamentos para garantir que os candidatos são qualificados. Dizer que negros isso exclui negros é dizer que negros são incapazes intelectualmente.

        O processo seletivo do Novo contrata empresas para realizarem uma seleção unilateral e o candidato deve arcar com esses gastos, mas mesmo isto dentro dos diretórios há movimentos para financiar gente que não consegue dispor dos valores para a seleção.

        Enquanto isto outro partidos com os mesmos discursos demagogos apresentados ai estão ganhando apoio da população [mal]informada por este tipo de [des]noticia e estão lá roubando e usando milhões do dinheiro publico para se enriquecerem e o povo que se F*! Mas se o “jornalismo” faz questão de defender um Estado obeso e com poderes ilimitados, fica realmente difícil esperar que algo de bom apareça por lá. Faço sinceros votos que esse tipo de matéria [Ou deveria dizer ‘propaganda’?] se mantenha ao máximo possível longe das pessoas!

        • Impressionante como os comentários dos Novistas revoltados expõem de maneira inegável seus próprios preconceitos.

          O discurso não cola. Os fatos são inegáveis: NÃO HÁ negros e pobres no Novo. “Ah, processo seletivo”, etc e tal. Durante a história sucedem-se “regras” que disfarçam preconceitos. O racismo que vemos no Brasil não está escrito, é velado, ele existe por fatos, por números.

          Sobre dizer que é propaganda, um texto escrito há MUITO tempo, exarceba a sua capacidade comprometida de compreensão e interpretação de texto. E quando diz que serge a uma agenda qualquer, seria incapaz, porque impossível, dizer a quem exatamente.

          Mas assim é como atuam aqueles que se veem com autoridade moral inquestionável, como is novistas. Uma religião disfarçada de partido político. Por causa de gente que se recusa a enxergar as próprias lacunas e parte para defesa agressiva às cegas.

      • Eu tenho um amigo de infância que é candidato a deputado federal pelo NOVO em SP. É meu amigo pessoal e não me solicitou dinheiro algum. Sua postagem está enganada nesse ponto. Tudo certo quanto a discordar das propostas (tamanho do estado por exemplo), mas os práticas do NOVO como a de não receber dinheiro público e exigir que seus candidatos (quando eleitos), se comprometam a gastar o mínimo possível em suas funções é posturas exemplares. Abraço

        • Luis Antonio, concordo com você sobre como gastar menos dentro do mandato é algo exemplar. O que não altera o contexto do texto, de que se trata de um partido que, pela sua definição de regras, acaba por excluir quem sempre foi excluído e concentra privilegiados na condução da política. No mais, eu louvo a postura de se abrir um partido político no Brasil. É um trabalho gigantesco, que exige firmeza e muita resiliência.

          Forte abraço e obrigado pelo comentário!

    • Marco Tulio,
      Eu estudo sempre, o tempo inteiro. Não me disponho nunca a parar. Sou daqueles que acreditam no conhecimento e na civilidade. Qual ponto você acredita que merece mais aprofundamento de minha parte? Faço essa pergunta mesmo estando quase certo de que não há fundamentação qualquer além de uma tentativa de agressão. Além do mais, aparentemente, quem está precisando de um pouquinho mais de estudo aqui é você, não eu…

  • Gabriel, você está 100% equivocado.

    Começo com Exemplos: Nossos 4 vereadores eleitos em 2016: aqui no Rio um engenheiro recém formado, jovem, Leandro Lyra, nascido em Belém, com campanha super modesta. Em São Paulo foi eleita vereadora pelo NOVO uma jovem Janaína Lima, nascida no Capão Redondo, periferia de São Paulo. Como diz o Jefferson em comentário aqui o NOVO tem candidatos de diversos perfis socio-econômicos.
    Vejam aqui detalhes de cada um: http://www.novo.org.br/representantes/

    O processo seletivo garante o alinhamento de ideias dos candidatos do NOVO: seu conhecimento do estatuto e dos valores do NOVO. Todos candidatos contarão, igualmente, com suporte para candidatura (advogados, contadores).

    Diferentemente de outros partidos, incluindo todos de esquerda, não existem candidatos de caciques, tudo feito por processo seletivo aberto. Vê-se pelo texto que você carregou a mão no texto por preconceitos ideológicos. Infelizmente mais um texto com argumento espantalho (“endinheirados que sempre deram as cartas nesta terra”?!?!?!) . Pesquise mais sobre o novo, visite o site, leia sobre os eleitos e volte ao assunto. Abraços

    • Lelo, obrigado pela interação. É sempre importante ter outras pessoas interagindo.

      Você, no entanto, é que indica exceção e atribui como regra. O caso do RJ nem deveria ser citado, afinal, filho de ex-diretor de estatal privatizada não configura um novo tipo político. Inclusive, eleito em BH, tem um FUNCIONÁRIO PÚBLICO, o que foge absolutamente da filosofia do Novo. Seus exemplos, exceção talvez pela Janaína, confirmam o que eu coloquei.

      Você também se equívoca quando diz que não se escolhe candidatos assim no Partido. RICARDO RANGEL, pré-candidato a Deputado Federal pelo RJ deixou explícito como funciona o processo seletivo. Um amigo, também filiado ao Novo, mas no ES, sabia que não sairia candidato por saber não ser capaz de atingir as “cotas” de aprovação. Além do mais, conheço e interagi com inúmeros dos figurões do partido, que sempre se mostraram totalmentr fechados a debater ideias.

      Nesta seara, quem se equivoca não sou eu. É quem quer colocar exceção como regra.

      • Gabriel, agradeço seu comentário que confirma o que eu disse: Além da Janaína, nem o Leandro nem o vereador do NOVO de BH são com voce disse, de forma bastante preconceituosa, “endinheirados que sempre deram as cartas nesta terra”. Demonstra ignorância mais uma vez quando afirma que o fato de um vereador do NOVO ser funcionário público (suas palavras) “foge absolutamente da filosofia do Novo.” Por acaso vc acha que o novo é anarquista (ou anarcocapitalista)? Está errado! O NOVO defendo o FOCO no essencial, segurança, saúde e educação (além de outros como controle da moeda, etc.).

        Além do mais isto é um adhominem: discutir qual a profissão/origem das pessoas ao invés de suas ideias. Mas aceitando estas premissas veja o quanto voce está errado. Isto por falarmos nos eleitos pelo NOVO, e não em quem se candidatou pelo NOVO, que aumentaria seu equívoco. Lamento suas premissas erradas.

        O fato de ser rico, pobre, classe média, funcionário público, empresário, funcionário humilde, etc. NÃO significa que como políticos vão agir de forma ética, ou defender ideias pensando no bem comum, ou que não serão corruptos, ou que serão honestos.

        Você reproduz aqui o “monopolio da virtude” clássico em grupos radicais políticos e religiosos. Se alguém defende algo que não concorda — no caso ideias liberais, de foco do estado em setores fundamentais — é porque são “endinheirados que sempre deram as cartas nesta terra”.

        Eu falei sobre o processo seletivo, um diferencial do NOVO, único partido que faz escolha de candidatos assim, envolve DIVERSOS critérios, sendo o principal alinhamento com os valores e engajamento através de criação de eventos públicos, etc.

        Encerro por aqui. Entendo que você rema em outro barco e está torcendo contra. Normal. Abraços.

        • Lelo, obrigado pela réplica.

          O que você lê como “ad hominem” eu usei como exemplo para explicar porque o perfil de quem faz o novo é o MESMO de quem já está aí há mais tempo. Filho rico de empresário; advogado funcionário público -ora, assim como nosso “presidente”! A diferença que eu vejo – a menor utilização do dinheiro público é louvável – mas daí ao Novo se colocar como paladinos da virtude existe um abismo de diferença. Já vi INÚMERAS vezes gente graúda do Novo ignorar e rejeitar a voz de quem QUER participar porque “já sabe como tem que ser. Obrigado.”

          Onde estão os empreendedores sociais no Novo? Cadê o debate de ideias?

          O liberalismo é uma linha interessantíssima de se abordar e deve ser balanceada com a realidade. O que não faz sentido, ao meu ver, é um partido dizer como deve atuar o estado (o mínimo, tudo em favor do Deus-mercado-todo-poderoso, bom e justo) quando os seus nunca pisaram pés em favelas ou viveram de perto as angústias de quem precisa… DO ESTADO!

          E não é questão de lugar de fala. Se o Novo OUVISSE essas vozes, seria fantástico. Mas escolhe ignorar, e assume uma arrogância típica de donos da verdade.

          E veja só: quando eu trago estes pontos para o foco, torço IMENSAMENTE para que o Novo inclua mais. Que ouça mais. Que abrace mais gente diferente. Porque isto ENGRANDECE o partido. Não torço contra, pelo contrário. Gosto de muitos valores do Novo, ao mesmo tempo em que enxergo que outros são rasos e não aplicáveis.

          A simplificação de “se isto, então aquilo” foi você que trouxe. Posso enumerar milhões de situações em que os valores do Novo além de impraticáveis, são perigosos. Eu falei do perfil de gente que faz o partido, igual aos outros, com a mesma postura de “somos melhores, confiem na gente, sabemos mais”.

          Não remo em outra direção. Queremos, no fim, a mesma coisa: um Brasil melhor.

    • Se eu fosse, falaria. Mas já falei TANTO dos erros e estratégias ocultas PT por aqui, que fica impossível chegar a esta afirmação.

      No fim, este tipo de conclusão “se fala algo do Novo é petista ou esquerdista” é de uma simplificação tosca e de baixíssimo nível de debate. Apontei um ponto que considero falho no Novo (são muitos, dá uma avaliação longa…), como faço para todos os candidatos e partidos. Isto não me faz petista, longe disso, aliás.

      • É, infelizmente é dificílimo conciliar propostas de direita com as de esquerda, apesar, de na revolução francesa as duas lutarem pelas “mesmas causas”. O que você sugere, na sua linha de raciocínio, para o país? Deixar como está ou tentar algo novo? Porque apresentar defeitos é fácil, difícil é se posicionar diante da atual circunstancia em que o país se encontra, já que nem o neoliberalismo e muito menos o neokenezyanismo deram certo!

        • Adriano, realmente conciliar as duas frentes, da forma como estão hoje, cada uma certa de que possui o gabarito da retidão e da certeza, fica difícil.

          Na minha visão, ações restauradoras no Brasil passam por uma atuação mais consistente nos municípios. Ainda não é hora, dado que as eleições serão daqui a 2 anos, mas teremos uma ação conjunta para viabilizar uma série de novos conceitos de cidadania e cobrança do poder público levada às cidades.

          Haverá, claro, muitos problemas, principalmente por enfrentar a muralha da velha política. Desde já fica o convite para que você participe também. Teremos parceria com empresa de dados municipais e mais um grupo que efetivamente pensa política em novos termos.

          A minha pulga atrás da orelha com o Novo não vem da postura econômica, mas sim da não inclusão de grupos marginalizados. É ESSENCIAL se repensar a política nacional dando voz a este público. O Novo, neste sentido, e foi o que coloquei no artigo, é o representante da velha política, a mesma elite branca que se pinta de outra forma. Um ponto que não quis abordar agora, pois merece artigo apartado, é o fato de Amoedo expor as infames Bolsa Educação e Bolsa Saúde. Estas ideias, além de uma infelicidade prática, possui uma arrogância de alguém sem nunca ter vivido as mazelas da população mais pobre, vir com uma solução pronta para justamente esta população sem envolvê-la.

          Tudo isto a parte, a existência do Novo, por si, já é um fator realmente de mudança. Tenta-se, é gente que coloca a cara a tapa, e isto deve ser louvado e aplaudido. O que não significa que estejam totalmente corretos ou que eu tenha que aceitar integralmente sua plataforma.

          Repito: a nova política no Brasil seria de INCLUSÃO. Qualquer outra sempre vai gerar muita desconfiança, a impressão de que se trata de lobo em pele de cordeiro.

  • Oi Gabriel, acho que o seu entendimento nasce na base errada e, portanto, distorce todo o resto.
    O partido surge de brancos ricos, justamente pq são brancos ricos que têm mais acesso à educação formal, à análise do contraditório, ao pensamento….pobres negros têm que trabalhar desde sempre e não aprenderam com seus pais (que não puderam lhes criar apropriadamente, pois tbm tiveram que trabalhar desde sempre) que é importante analisar, formar conceitos, pensar. As exceções, o são por mérito próprio!
    O NOVO não separa pessoas por cor, raça, gênero, nível social, etc…..a briga do partido é contra o GOVERNO inchado e incompetente e em favor do INDIVÍDUO (não do indivíduo branco…indivíduo homem…indivíduo hétero…).
    O discurso de “inclusão de minorias” é claramente de pessoas interessadas em criar “group-thinking” de parte da população, e tem como combustível o vitimismo contra moinhos gigantes quixoteanos….o NOVO, ao contrário, diz, praticamente, que o indivíduo (mais uma vez…qualquer indivíduo) é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso.
    Eu assisti a uma entrevista de Morgan Freeman onde o entrevistador estava claramente tentando arrancar críticas dele sobre racismo e tratamento de minorias….depois de varias tentativas, seguidamente frustradas pelo comportamento monossilábico de Freeman, ele fez a pergunta:”-Como podemos combater o racismo de forma definitiva?”….e a resposta foi correta e genial: “-Não perdendo nossos tempos falando nisso.”….finalmente a conversa virou para a carreira de Freeman e a entrevista foi excelente, a partir deste ponto.

    • Paulo, obrigado pelo comentário. Toda contribuição é bem-vinda!
      Pelo que li e interpretei, em muita coisa equivocada no seu comentário que vou tentar expor minha opinião sobre alguns deles.
      Primeiro, pelo mais que óbvio preconceito, quando você diz que pobres negros não pensam, ou não são educados a pensar. Tem MUITA gente que repudia este tipo de postura, e este é um dos maiores sintomas de um racismo estrutural mais do que evidente. Além do mais, é no mínimo estranho que se diga que o Novo não tem preconceito quando suas interações e eventos somam um total preciso de ZERO negro. Nenhum. Nada. Não é possível em termos práticos dizer que há inclusão no partido.
      Depois, você diz que o Novo não separa por nível social. Ué? Você não disse antes neste mesmo comentário que é um partido CRIADO por brancos ricos? Vou além: cuja taxa de adesão e contribuições de afiliados efetivamente EXCLUI os mais pobres? Isto é, no meu entender, a corroboração da exclusão praticada pelo partido.
      Concordo que a briga do Novo é para fortalecer o indivíduo. A questão é qual indivíduo. Na sociedade em que estamos incluídos, altamente racista e segregacionista, é ingênuo pensar que basta falar “vai lá, você consegue!” que as coisas se resolvem. Lutar por melhorias não é vitimismo, que por si já é outro sintoma preponderante do racismo estrutural, argumentar vitimismo para uma causa mais do que justa: NECESSÁRIA. Não é porque você finge que não existe racismo que ele não exista. Indo além, não é o indivíduo sozinho responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Alguns (justamente os brancos ricos que se reproduzem no Novo) largam MUITO na frente. Para que tem uma escola de péssima qualidade, serviço de saúde precário, saneamento básico falho, transporte incompleto e insegurança latente, não há competição justa. Natural, portanto, que o Novo queira espalhar a ideia da meritocracia como evidente, porque, afinal, somente diz respeito aos seus próprios filiados e realidade. É este indivíduo que o Novo fortalece.
      É ainda mais desonesta a postura do partido ao citar as famigeradas Bolsa Saúde e Bolsa Educação, ideias combatidas por TODOS – exceto, claro, o próprio partido. Uma sugestão de quem não tem essa necessidade, não vive essa realidade e sequer OUVIU E DEBATEU com quem lá está. É de uma arrogância gigantesca aparecer com a “solução para o pobre” sem envolver os mais impactados na conversa. Uma forma antiquíssima de se fazer política: o branco rico dono da verdade, salvador dos povos.
      E retornando ao tema racismo, sobre o trecho da entrevista do Morgan Freeman. Uma vez mais: não é porque alguns fingem que ele não exista que ele não existe. Existem mulheres machistas, negros racistas, homossexuais que desqualificam outros gêneros, e por aí vai. A discussão é ampla.
      Veja bem, alguns pontos do Novo me soam como música. Especialmente o liberalismo econômico e o fato de o próprio partido existir da iniciativa de gente que vivia às margens do mundo político. O que não significa que eu corrobore com todas suas ideias e, principalmente, argumentações.
      Grande abraço!

  • Pela primeira vez me senti inspirada por uma discussão política inteligente e educada. Parabéns a todos pela polidez no tratamento interpessoal e pela defesa fundamentada de seus respectivos pontos de vista. Confesso que ainda não formei minha opinião sobre o Partido NOVO e seus candidatos. Tenho pesquisado bastante sobre os candidatos nos quais tenho intenção em votar e creio que só o voto consciente é capaz de transformar a realidade na qual estamos inseridos.

  • Discordo plenamente. O Novo tem se mostrado uma opção muito saudável nessas eleições. O grande problema é que nunca teremos um partido livre de discordâncias e 100% correto. O pessoal dessa mídia porca atira pedras mas nunca joga na balança os feitos de cada um desses candidatos que estão aí. João Amoedo é rico, branco e inteligente. E nenhum desses atributos faz dele melhor do que os outros candidatos para governar, apenas esses: um homem sério, sem exageros, preparado e muito bem intencionado.

    • Helder, em nenhum momento eu questionei se Amoedo era ou não um homem sério, sem exageros, preparado ou bem intencionado. Eu questiono o partido se colocar como novo e manter as mesmíssimas hierarquias de poder que sempre existiram. Este é o cerne do artigo.

  • Você entregaria um avião nas mãos de uma pessoa sem qualquer instrução para levar mais de 100 passageiros?
    Pois é… Fizeram isso com Lula, Dilma… E o desastre está aí na nossa frente.
    Partido novo é o futuro, com pessoas formadas e aptas a formatar e instalar um novo sistema operacional na “máquina” chamada Brasil.

      • Experiência com gestão ele tem e reconhecida aonde atuou, mas se bem me lembro o texto era sobre o Novo e não sobre o Amoedo, mas como ele vem se embasando todo em ataques pessoais precisava dar um nome ao espantalho que queria atacar né!?

        Quando se fala em capacidade dentro do novo fica claro pra quem é capaz de interpretar e honestidade em faze-lo que se trata do processo seletivo que é feito com base na capacidade do candidato e não feito pra selecionar X pessoas de dada cor e Y de dado sexo. Por que dentro do ponto de vista do Novo e de todos que se identificam com ele estão claro que não são estas as características que alguém vai usar pra desenvolver seu mandato caso o consiga.

        • Desculpa, estou procurando QUALQUER referência minha ao Amoedo, seja no texto, seja no comentário e não encontrei. Quem está falando dele é você, não eu. Então sua abordagem agora não faz qualquer sentido.

  • – É novo porque proíbe a cobrança de percentual de salários de seus filiados.
    – É novo porque não fez nenhuma coligação em sua primeiro disputa eleitoral (2016), e mesmo assim (e sem dinheiro público) elegeu vereadores em 4 das 5 cidades em que disputou as eleições.
    – É novo porque seus eleitos são fiscalizados pelo partido, contratam muito menos assessores do que é legalmente permitido e respeitam o dinheiro do pagador de impostos.
    – É novo porque proíbe até mesmo a filiação de pessoas que não cumpram os requisitos da ficha limpa.
    – É novo porque não surgiu de uma dissidência partidária, mas de fundadores que jamais haviam ocupado qualquer cargo eletivo.
    – É novo porque é o único partido que optou por não utilizar o fundo partidário e o fundo eleitoral.
    – É novo porque tem como diretriz inegociável o dever de jamais votar pelo aumento de qualquer tributo.
    – É novo porque defende uma política liberal, em um mar de partidos e políticos estatistas (seja de esquerda ou de direita).
    – É novo porque sustenta suas atividades apenas com as contribuições de seus próprios filiados, de modo que a própria existência do partido depende do cumprimento de seus compromissos e valores.
    – É novo porque defende a privatização de todas as empresas estatais.
    – É novo porque acredita na eficiência decorrente da competitividade do livre mercado e entende que verdadeiramente estratégico é possibilitar que os cidadãos tenham serviços baratos e de qualidade.
    – É novo porque defende a revogação do estatuto do desarmamento.
    – É novo porque defende a revogação da CLT, já que a liberdade de contratação já demonstrou ser muito mais eficiente na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do que a intervenção estatal.
    – É novo porque proíbe, a reeleição de seus filiados por mais de uma vez
    – É novo porque proíbe, que candidatos e ocupantes de cargos eletivos ocupem, concomitantemente, qualquer cargo de direção partidária. – É novo porque faz processo seletivo para lançar candidatos, logo as candidaturas são alinhadas aos nossos princípios e valores.
    – Enfim, é novo porque não se parece em nada como os políticos que estão por aí há décadas, reiteradamente reelegendo-se e fazendo da política o próprio sustendo, como um negócio.

    • Parabéns !!! Completei 50 anos dia 09/09 e se for pra falar sobre política, posso resumir, Uma Desgraça !!!! Se existe esperança ? Acredito SIM neste Partido, como ÚNICA opção de MUDANÇA, do jeito que vejo tudo neste PAÍS, dá medo, além da Vergonha. E vou ser mais ainda diferente e Radical para melhorar nosso PAÍS, eu nunca havia notado em Condomínio, e agora a um Ano e meio estou, no começo achei Ótimo, até mesmo em questão de segurança, mas quando fui me atentar ao extrato do Condomínio, vi tamanha picaretagem e Superfaturamento de todos os lados, então na primeira Assembléia acabei participando para ver o que irão dizer, e Não acreditei no quê vi, a administração está a mais de 16 anos, trocando de filho pra pai e enriquecendo eles e a todos do lado, uma verdadeira Quadrilha, mas só continuam porquê compram os moradores, com favores, quebram atrasados e outros benefícios, e com isto conseguem procurações e ajuda dos que eles ajudam direta ou indiretamente. O que isto tem a ver ? Sobre o que eu disse acima, para radicalizar de fato as Eleições, assim como acontecem em Condomínios, Acredito que, quem Recebe qualquer BENEFÍCIO do GOVERNO NÃO PODERIA TER DIREITO A VOTO !!!, Podem achar isto um Absurdo, mas olhem para seu País e verá como está, eu só pude perceber isto em uma Assembléia de Condomínio onde deixou bem claro que os VOTOS destas PESSOAS não são para o BEM do CONDOMÍNIO/ BRASIL, e sim para SI PRÓPRIO, puro Interesse PESSOAL, e não a Dúvida quanto a isto.
      Veja um morador de Rua, e pergunte em quem ele vai votar ? A resposta será para quem o ajuda e ponto final.
      Pergunta para quem a pessoa que recebe o Bolsa Família ou qualquer outro tipo de Bolsa ou Benefício, para quem irá votar ? Com certeza para quem a Ajuda !!!
      Será que só eu vejo, o que a um ano em uma Assembléia de Condomínio pude ver ?
      Está na hora de mudar isso, acabar com esta RODA da Miséria, onde se não mudar, nunca terá fim, precisamos de votação, de pessoas que querem o BEM pra TODOS, e não para encher suas BARRIGAS, eu não tenho tanto tempo de vida, mas digo a você que é Mãe, Pai ou Avós, o que acham que teremos na Política daqui a 30 anos ? Eu respondo, NADA !!! Porque os Políticos neste Período, eram filhos sem nenhuma Base educativa, sem nenhum amor ao Próximo, sem nenhuma estrutura Familiar, e estarão na Política somente para fins Próprios ou Familiar, e chega, o PAÍS que se vire, é isto que você quer para o FUTURO de seus Filhos ?
      Mudem todos os conceitos e pensamentos, vamos juntos mudar a NAÇÃO e não a própria CASA.
      Abram os Olhos URGENTE, senão o FIM estará tão próximo quanto se imagina.
      Sobre o PARTIDO NOVO ?
      SIM, gostei da atitude de MUDANÇA e sobre algumas indiferenças, Acredito que tudo será mais fácil de se resolver, o que realmente penso é que precisamos TIRAR TUDO e TODOS Urgente.
      E os que roubaram possam responder na Justiça, sem nada de proteção de cargo Político nas costas, já deu.
      E aproveitando o espaço deixo aqui uma coisa que poderia ser usada aos Políticos principalmente.
      ACABEM COM A PRISÃO DE POLÍTICOS, POR FAVOR !!! ELES NÃO MERECEM ESTAR PRESOS !!! como assim ?
      FÁCIL, basta tirar dele no mínimo o DOBRO do que roubou, e como pena todas seus PATRIMÔNIOS, diretos e indiretos, depois disto, NUNCA MAIS PARA CARGO PÚBLICO, e terá que começar do ZERO, para ter conseguir se levantar honestamente !!!, Agora PRENDER SAFADO POLÍTICO, QUE, ALÉM DE TER DESVIADO, ROUBADO OU O QUE FOR, AINDA NÓS O POVO TEMOS QUE PAGAR PARA ESTA PESSOA FICAR NA CADEIA ? E QUANDO NÃO, PRECISAMOS PAGAR PARA QUE O MESMO FIQUE “PRESO EM SUA PRÓPRIA CASA” , alguém já entrou na casa destes POLÍTICOS ou LADRÕES ? , por isso que compensa roubar, a pessoa rouba ou desvia altíssimos Valores, cumpre pena Mínima e depois é solto, se não como herói e com dinheiro que passou a ser LIMPO.
      QUE MUNDO É ESTE ? SERÁ QUE SÓ EU VEJO QUE O SISTEMA ESTÁ FALIDO ?
      AINDA QUEREM DEFENDER LADRÃO ?
      POR FAVOR, VAMOS ACORDAR E PARAR DE PENSAR SÓ NA GENTE OU MO BOLSO, UM DIA A VIDA IRÁ TE COBRAR, MAS AÍ SERÁ TARDE DEMAIS.
      PRECISAMOS DE UMA JUSTIÇA “JUSTA” E NÃO A QUE VEJO “INJUSTA”, QUE PREVALEÇA A VERDADE SEMPRE.
      Abraços e desculpa pelo Livro escrito, puro desabafo em busca Urgente de Mudança.

  • Entendo que suas afirmações podem ser verdadeiras, mas colocar o Partido Novo ao lado dos demais pelos critérios que você sugeriu é de uma irresponsabilidade imensa, ainda mais sendo-se um formador de opinião.

    A História nos mostrou que na política republicana e democrática, a mudança vem ao longo prazo, uma vez que a população tem de aprender com os erros que tiveram que enfrentar. Não estou aqui defendendo um lado ou outro, apenas em prol da política verdadeira, de congressos formados por pessoas que estejam lá pelo povo de verdade, seja direita, esquerda etc., como temos na Inglaterra, por exemplo.

    O que existe aqui é algo realmente torpe. A Justiça nos mostrou que de ideologia há muito pouco nos nossos políticos, mais são classes profissionalizadas no toma-lá-dá-cá que reina no Brasil e destrói a vida de nosso povo de todas as formas.

    Outro dia estava nas manchetes a notícia de que um garoto desmaiou de fome em uma escola de Brasília – capital do distrito com maior IDH brasileiro. Somos a 7ª economia e a verba à educação está nos padrões da ONU, então como isso é possível???

    Claramente, temos que pensar a longo-prazo na política; pois ela assim é e sempre foi. Temos que primeiro eleger políticos que garantam que o dinheiro vá direto para os serviços, sem parada no caminho.

    O Novo tem um mecanismo forte de regulamentação de corrupção estabelecido por seu estatuto, e é o único que fala em acabar com as mordomias que estão em completo nonsense com a realidade do povo. Também, não trocou nada por tempo de TV como todos os outros, pois se tentou fazer coligação ideológica e, quando se viu que no Brasil isso é só faixada pros caras, as alianças foram deixadas da lado.

    Essas são provas de lealdade ao povo, ações; não mais uma promessa dessas que vemos na TV desde Jânio Quadros. Frase universal: “Fale menos, faça mais”.

    Não estou de acordo com diversos pontos do partido, mas devemos ter a responsabilidade de pensar a longo-prazo, uma coisa de cada vez, para que algum dia o povo mais desfavorecido tenha seu devido espaço na política.

    Nós que temos comida e cama quentinhas devemos sair da teoria e fazer alguma coisa pelas pessoas, começando pelo voto coerente com a situação política deplorável que vivemos.

    Pois que enquanto alguns invocam problemas de Primeiro Mundo e querem soluções amanhã, por aqui ainda tem gente morrendo.

    De fome.

    • Leonardo, obrigado pelo seu comentário!
      Eu não considero o fato da existência do Novo ser algo ruim. Entendo que é importante um grupo que não se veja representado fundar seu próprio partido. Assim como você, concordo com muitos e discordo de outros tantos pontos do Novo.
      O que pega, nesta análise, é o fato de o Novo ser um partido da elite, pela elite, para a elite. Neste aspecto, ele não se diferencia, pois a nossa política nacional é tocada pela elite econômica.
      Passado este item, muita coisa se diferencia. Mas fica complicado crer num projeto diferente quando as fundações são não inclusivas.

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