Um clube inglês, treinado por um espanhol, bancado por um fundo dos Emirados Árabes, liderado em campo por um craque belga e de artilheiro argentino.
Um clube francês que faz pré-temporada na Ásia, de propriedade da família real do Catar, com técnico alemão e estrela brasileira.
Um clube espanhol que é símbolo do separatismo da sua região, com certo argentino melhor de todos, e que tem que deixar parte da carga de ingressos para atender a vontades de turistas de ver o time jogar ao vivo.
Na ponta, um português que lidera todos os rankings de mídias sociais e que, sozinho, é maior que qualquer clube no mundo em termos de mídia.
Pois é. Há muito o futebol deixou de ser atributo local.
A comunicação amplificada pelas redes sociais aproveita para vender uma ilusão de prosperidade boleira, em que astros são embaixadores da expansão de fronteiras e a camisa de um clube passa a ser objeto de desejo, mesmo sem a emoção formadora de torcida.
Afinal, todos querem ser o vencedor. Todos querem ser o melhor.
Abraçar novos mercados acontece quando o futebol local passa a ser pequeno demais para um clube ou para um jogador. Forçar um crescimento internacional sem fazer o dever de casa é certeza de dinheiro jogado fora.
Existe, portanto, um passo-a-passo, uma evolução de conquistas que justifique o querer mais. Começa do básico, vai criando experiência e percepção de merecimento.
O alcance do palco global é gigantesco, mas conseguir explorar é tarefa para pouquíssimos que reúnam qualidade técnica, história pra contar, estratégia e muita competência. Uma combinação rara de se ver.
Eu sou o Gabriel Galo e esse foi o 90 segundos especial para o Futebol S/A. Me acompanhe também no papodegalo.com.br e no twitter @gpgalo. Um forte abraço e até a semana que vem.
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