Até 1994, o placar do Mundial de Clubes apontava 20 a 13 para os sulamericanos frente aos europeus. O desinteresse de lá ajudava a inflar a estatística. Por exemplo, em 5 ocasiões nos anos 70 o representante europeu foi o vice da então Copa dos Campeões da Europa. Não à toa, os 4 títulos sudacas na década ocorreram nestas vezes.
Mas um evento em particular alterou completamente a estrutura de forças, sendo um divisor de águas no futebol: a Lei Bosman.
A partir de 1995, quando foi instituída, aliada ao livre trânsito de nacionalidades por conta da União Europeia, buscar craques em outros países ficou mais fácil. Os clubes de lá passaram a olhar também para o inexplorado mercado asiático e boom – o dinheiro jorrou nos grandes do Velho Continente.
Desde então, foram 19 títulos europeus contra apenas 6 títulos sulamericanos. Cortando nos últimos 12 anos, são 11 canecos conquistados sem muito esforço.
Inclusive, nos 10 anos mais recentes, por 4 vezes a final do Mundial não teve a presença da Conmebol. Um exemplo de que se a distância para a Europa parece aumentar, outros centros têm se aproximado.
Hoje, um dos maiores desafios do futebol sulamericano é de alcance. Consiste aliar a incomparavelmente apaixonada alma local, a um alcance global de marca, expandindo horizontes por meio de gestões ambiciosas e responsáveis.
Ou se pega parte deste bolo ou então continuaremos reclamando do abuso de poder econômico, torcendo pela mística da camisa pesada e por um mecenas que surja e erga um clube num cheque em branco.
Eu sou o Gabriel Galo e esse foi o “90 segundos” especial para o Futebol S/A. Me acompanhe também no papodegalo.com.br e nas minhas redes sociais. Um forte abraço e nos vemos de novo em 2020!
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