As boas práticas de responsabilidade financeira obedecem a uma premissa universal: gastar menos do que se ganha. É básico e funciona pra todo mundo, exceto, talvez, clubes de futebol.
Historicamente, as benesses de renegociações de dívidas sem contrapartidas fizeram com que os orçamentos fossem quase irrelevantes. Reflexo do amadorismo, a cada Profut e acordo firmado, a vida começava praticamente do zero, restando ao próximo bancar a conta do desarranjo administrativo.
Aproveitando-se disso, dirigentes ainda entram e saem sem preocupações, gastando à vontade, protegidos pelo aspecto “emoção” do esporte. Via de regra, tratam a receita eventual – e muitas vezes improvável – como garantida, justificando aumento da folha de pagamentos e no papel, que aceita tudo, a conta, milagrosamente, fecha.
Só que por mais que o imponderável seja princípio fundamental no futebol, a solidez financeira garante melhores possibilidades.
Num ambiente que se cerca cada vez mais de conceitos de fair play financeiro, orçamento é um norte que dá segurança e que guia a temporada que se inicia. Tornou-se, portanto, elemento básico a ser amplamente analisado, escancarando disparidades de forças e abrindo novas frentes de debates, como a redistribuição de cotas para reduzir distâncias e aumentar a competição.
Neste cenário, seguir apostando em planilhas aprovadas em 3 minutos por um conselho chapa-branca, sem detalhes ou explicações, significa ficar para trás na busca por recursos cada vez mais escassos e é coisa de quem ou não tem ideia do que faz ou não quer que descubram o que se esconde na contabilidade.
Eu sou o Gabriel Galo e esse foi o “90 segundos” especial para o Futebol S/A. Me acompanhe também no papodegalo.com.br e nas minhas redes sociais. Um forte abraço e até a semana que vem!
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