Dentre muitos fatores, os 2 principais para a definição de um clássico são proximidade física e recorrência. O primeiro diz respeito à convivência e exposição de diferenças no dia-a-dia. O segundo, às disputas por troféus e soberanias. E quanto maior for a importância e a constância do palco, maior será a rivalidade.
Um clássico, portanto, não se faz no querer de partes envolvidas. É uma questão de evolução, um exercício de paciência, que toma tempo e faz história.
Nos últimos anos, a animosidade entre as torcidas cresceu a níveis insustentáveis. Este comportamento é sintoma dos tempos atuais, em que incapacidade de lidar com o diferente leva à escalada da violência.
Assim, ganhou corpo a ideia de aniquilamento do rival, para ver, enfim, o seu time ser o dominante. Especialmente na Bahia se fez comum tratar o outro como ex-rival, indo além da galhofa, e entrando no terreno pantanoso do ódio.
Ex-rival é uma mentira que apela ao desespero para atrair os mais fracos de espírito e de cabeça.
E quem isso fala, mostra que não entende nada de futebol ou de gente, e escancara sua face mais obscura.
A verdade é que só existe um grande time com um grande rival. Desejar a fórceps reduzir o trabalho de longuíssimo prazo a nada, como se a grita fosse suficiente para enterrar décadas de história é, sobretudo, ridículo.
Instituições tão grandes e consolidadas como as rivalidades, a exemplo do BaVi, resistem a desaforos eventuais porque, se demoram para serem feitas, demoram outro tanto para se desfazer.
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