Lá pelos idos de Cavalo de Tróia, por ali, a mitologia grega espalhou-se pelo mundo dada a força de suas cidades estado. Escritores famosos fortaleceram as crenças gregas e imortalizaram suas histórias. Os deuses eram seres sobre-humanos, mas ainda assim possuíam os defeitos característicos de homens comuns, e sentiam prazer em brincar com o andamento da história da humanidade.
O que ninguém desconfia hoje em dia é que o Olimpo também teve a sua Maria Madalena. Também teve aquela que foi renegada do poder da história da religião. Estamos falando de Metáfora.
Metáfora era uma das filhas de Zeus. Seu vovô, Cronos, adorava ver a sua netinha falar, afinal, pareciam-lhe história, o que ajudava a passar o tempo.
Nem todos compartilhavam, no entanto, da simpatia que o vovô sentia pela neta.
Metáfora desde o começo fazia-se difícil de ser compreendida. O jeito com o qual falava deixava a todos estarrecidos. Eram muitas analogias, e apesar de deuses, não compreendiam o que dizia a pequena menina. Ela não conseguia mudar aquilo dentro dela: era não era óbvia, ah, não.
Ela causou embaraços. Certa feita, Ares consultava-se com Zeus para saber que atitude tomar para reverter a invasão da qual defendia-se Atenas.
Preocupada, Metáfora aconselhou Ares para que ele “chutasse o pau da barraca”. Assim fez Ares, só que literalmente. Desceu à Terra e num rompante chutou as estacas que sustentavam o pano de guerra que protegia a privacidade do rei ateniense. A barraca voou com a ventania, e aos olhos de todos os seus guerreiros, banhava-se o rei, nu, dividindo banheira com Gervásio, um escravo obtido em uma troca que fez com comerciantes africanos, oriundo da província de Dotát. Desmoralizado, o rei regressou a Atenas. No campo de batalha, perdeu o rei a credibilidade e o apoio de seu exército, que sucumbiu.
Quem realmente tinha problemas com Metáfora era Afrodite, a deusa da beleza. Um dia, Afrodite, depois de seus banhos de sais e da aplicação de uma máscara facial maravilhosa que lhe fora apresentada por Jucileia, a manicure grega dos deuses, entrou em conflito por não entender patavinas do que expunha Metáfora, que, desesperada, tentava impedir Afrodite de aplicar tal remédio indicado por Jucileia. O resultado foi desastroso: Afrodite passou quase 3 horas com o rosto completamente vermelho, inchado, e até se viam espinhar pipocar em sua cútis não mais tão perfeita assim.
Foi o limite. Afrodite correu a Zeus, explicando que Metáfora cansara-lhe a beleza. Um conselho foi convocado, à revelia de Metáfora, e de forma unânime, Metáfora fora expulsa do Olimpo. Desceu, então, à terra, viveu a vida dos homens e morreu em seguida, de desgosto.
A essa passagem da história se dá o nome de Sarcástica.
***