Marta foi a líder do executivo de uma das prefeituras mais contestadas da cidade de São Paulo. Solução simplórias eram a alternativa. Precisa aumentar a arrecadação? Aumenta-se impostos, ora! A alcunha de Martaxa a persegue até hoje.
Algumas coisas boas saíram de sua gestão. Os corredores de ônibus. Os CEUS. Mas também tinham as escolas de lata.
Cheia de altos e baixos.
Marta perdeu a reeleição, saiu candidata a Senadora. Brigou com o PT quando não foi nem a candidata ao governo do estado nem à prefeitura nas últimas eleições. Sabia de seu cacife eleitoral. E, naquela que foi mais uma decisão absurdamente equivocada do partido dos trabalhadores, caiu no colo do PMDB.
Sigla que também sofre com a ausência de nomes. Eleger-se para cargo executivo exige um grupo de qualidades totalmente distinto de cargos legislativos. A sigla, então, que sofre com os achismos e esperança fútil de Skaf, adorou receber a ex-petista em seus quadros.
Num cenário repentinamente favorável ao PMDB. A derrocada dos trabalhadores. A patinação continuada do PSDB.
Marta é uma boa candidata. Sua propaganda é segura, simples. Senta para conversar com as pessoas. Ali ela se sente bem. A imagem de espontaneidade que consegue transmitir cativa os mais simples.
Estão nos mais simples o colégio eleitoral de Marta. De cara, surrupiou uma fatia importante que até então se voltavam para o PT. Além disso, atinge um público que ainda no momento está com Russomanno. E não é repelente do grupo que apoia o Dória.
O grande trunfo de Marta é sua capacidade política. Navega em várias frentes. Transita muito bem entre todos os grupos.
Nos debates, ainda gagueja muito. Sua última candidatura ao executivo foi a reeleição à prefeitura, em 2008. Há poeira a ser limpa. Retomar o ritmo é tarefa primordial.
Ainda assim, minha visão é a de que o caminho para Marta está escancarado para o segundo turno. Tornou-se a candidata da segurança. Nem tanto no Russomanno, nem tanto no Dória, muito menos na Erundina. Surfa na inabilidade de seus concorrentes, e sobra.
Trabalhará agora para que os ataques a ela sejam amenizados. Não deve precisar de muito.
Com tempo na TV e uma boa figura, muitíssimo bem trabalhada pela propaganda, Marta tem passaporte praticamente assegurado ao segundo turno. Lá a briga será outra, será para descobrir seu novo teto. Boa parte do eleitorado de Russomanno pode cair no seu colo quando as intenções de voto se sedimentarem.
Surge como favorita a voltar ao Edifício Matarazzo.
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Tentei ficar longe da política, não consigo. O tópico é atraente demais para ser deixado de lado. Outro ponto é que, ao contrário do que reza a sabedoria popular, política se discute, sim. Não com pedras e facas, numa batalha campal de ideologias rasas, mas com propostas, debates, análises. Aqui, começo a falar das campanhas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, onde moro e mais atrai à atenção os olhos do país. Num primeiro momento, vou ver as campanhas em si, se a comunicação é boa efetiva, se a mensagem agrada e dá chance ao candidato.