Até o fim de 2020, 12 clubes brasileiros promoverão eleições no futebol. Como regra, têm direito a voto aqueles que são sócios de cada clube. Ou seja, associar-se é garantir a cidadania como torcedor.
Embora o fato de haver eleições nos clubes é sem dúvida algo a ser enaltecido, é fundamental se entender eleição em si não é sinônimo de democracia. Democracia ampla precisa estar validada num ambiente que promova a participação popular e proteja a instituição contra rompantes autoritários.
Adaptação
Mas os donos históricos dos clubes se adaptaram a essa nova realidade. Concederam, para fora, às eleições, mas, para dentro, atuam para evitar a democracia irrestrita, com a qual têm interesses inconciliáveis. Assim, impõe regras limitadoras para exercício do voto, aparelham conselhos fiscalizadores e mantêm estatutos atrasados. Manipulam regramentos ao limite do texto para assegurar que as estruturas de poder permaneçam intactas, ao mesmo tempo em que se dizem modernos e democráticos.
Democracia é mais que só eleições no futebol
Ter eleições no futebol, portanto, não é, por si, ação única. Para que signifique democracia, demanda estatutos renovados, conselhos independentes e atuantes e abertura para interação com o sócio que vai muito além do voto.
Para isso, ao torcedor, não tem outro caminho: seja sócio do seu clube de coração. E mais do que ir votar a cada 2 ou 3 anos, faça sua voz ser ouvida. Se possível, estude os estatutos e papéis de conselhos internos. Sobretudo, lute pela mudança para que o ambiente da gestão do futebol possa, enfim, ser considerado um que incentiva e promove a democracia.
Eu sou o Gabriel Galo e esse foi o 90 segundos especial para o Futebol SA. Me acompanhem também nas minhas redes sociais no @souogalo e no papodegalo.com.br. Um forte abraço e até a semana que vem.
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