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Por que Freixo não pode ser eleito

Por que Freixo não pode ser eleito

Spoiler alert: se você espera uma infinidade de motivos pelos quais Freixo seria um mau prefeito, corra. Não é aqui que você vai se confirmar.

O segundo turno no Rio de Janeiro aponta Crivella e Freixo. Uma primeira análise de transferência de votos aponta uma vitória tranquila do bispo. Freixo, inábil politicamente, já disse que aceita os votos daqueles que apertaram o 15 de Pedro Paulo, mas não o apoio do PMDB. Os votos de Flávio Bolsonaro, Índio da Costa e Osório devem cair em peso no colo do candidato da Universal. São 31,62% dos votos válidos no primeiro turno. Com os 27,78% de Crivella, chega aos 60% na largada do segundo turno.

Independentemente disso, tem um motivo mais importante para que o Freixo não seja eleito prefeito do Rio de Janeiro: a morte da esquerda romântica renovada, algo que faltou em São Paulo, por exemplo, que voltou no tempo ao selecionar Erundina.

Explico.

O estado do Rio de Janeiro está quebrado. A cidade do Rio de Janeiro está quebrada. Quem quer que assuma terá em mãos uma bomba relógio prestes a explodir. Será necessário muito malabarismo político para fazer uma boa gestão. Porque, amigos, sem dinheiro, adivinhem só, é praticamente impossível organizar a coisa pública.

Se Freixo assume, o responsável pela derrocada da cidade será ele. Vão esquecer Maias, Paes, e outros tantos que depredaram a cidade.

É importante a existência de um Freixo. Ele é o alento de um modelo de se fazer política que parece ter parado no tempo, na época da Guerra Fria e na dualidade direita x esquerda. É o avanço. Freixo tem o seu papel assumido como esperança. A ele não se permite a materialização da incompetência.

É aí que reside o grande trunfo do psolista. Enquanto ele puder ser o “prefeito que poderia ter sido” estará intocável. Porque se assumir agora, será o representante do modelo que “jamais poderia dar certo e ainda assim alguns insistem”, e prover mais um tiro no pé da esquerda brasileira.

Quem vai sofrer é a cidade do Rio de Janeiro. Quem vier, qualquer um, terá pouca capacidade de ação. Sobreviver é a tônica. Segura, que o pior ainda não chegou ao Rio.

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