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Editorial revista #17

Editorial revista #17

Vejam como são as coisas, e depois não me digam se planejamento não é feito para dar errado. Esta é a edição #17 da Papo de Galo_ revista. Até aqui, tudo bem, está lá na capa. Mas a anterior, que você deve recordar ter recebido, foi a #15. Então, como assim?

Uma das vantagens de fazer publicação online é que o tempo se movimenta também de acordo com intenções e marcações subjetivas. Há explicação, contudo.

A #16 sai depois com a #17. Então, observe a gastura: tem 3 revistas com intervalo semanal. Esta, a #16, e depois #18. Diz o ditado: uma é pouco, duas é bom, três é melhor ainda. Todas feitas vossência se perder e se esbaldar. Nesta edição de cá, é mãe em crônica, em aventura, em conto. É número mais literário, porque de realidade demais bastam as lágrimas de desespero que escorrem nos jornais.

Mas não espere, criatura, essas frases feitas de mãe guerreira, mãe pra toda obra, ou piadinhas de chinelo voando, “se eu for aí e achar vou esfregar na sua cara”, na volta a gente compra, põe casaco, pega guarda-chuva, se alimentou?, “quando eu morrer vocês vão sentir a minha falta” e afins. Ora, respeite os colunistas dessa revista! Lugar comum funciona em Instagram de autoajuda, e aqui ninguém assim Você S/A pra cair nessa armadilha, não.

Tampouco, por óbvio, será suficiente para abranger todos os perfis de mãe. Não é função de literatura resumir as mães – isso é obra de senso comum, com platitudes que se encaixam em quase todo cenário mas sem efetivamente nada trazer de novo, e eu já disse que isso aqui não prolifera, então por que você insiste no raso, quando no profundo é que foi parar o baú do tesouro?

Nas páginas que você vai arrastar para o lado com seus dedos pela tela ou cliques no mouse, se sucederão histórias de gente que existe – ou deve existir nalgum lugar, pois nesse mundo cabe de tudo –, de causos que marcam, reais ou não, afinal, como afirmou categoricamente a edição #15, é tudo mentira.

Mãe, meu povo, não é tudo igual. Que maluquice é essa de fazer de Mainha, única e mais que demais, ser qualquer uma? Que vontade é essa de transformar o singular em repetições pré-programadas? Oxe, eu digo é não! Mainha eu tenho a minha, e nem venha que eu, no máximo, divido com meus irmãos. E olhe lá. Se plante, não… Destá.

Bó. Bora ler. Tudo aqui é dela. Tudo é seu, Mainha. Mi madrecita querida de mi corazón. Minha musa de canções improvisadas. Faz tempo que não canto pra ela.

Taí. Pronto. Vou ligar agora e cantar uma linda canção. Agora que ela perambula em Salvador, vai ser no ritmo do pagode baiano. Me aguarde.


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Editorial publicado na Papo de Galo_ revista #17, de 14 de maio de 2021, página 7.

Capa da Papo de Galo_ revista #17, de 14 de maio de 2021.

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