O mercado já precificou a permanência do PT no governo: tudo piora neste cenário.
Daí você vê o dólar esta semana; você vê as ações da Petrobras despencando. Sinal amarelo? Estaria o mercado precificando a permanência do governo?
É o que tudo indica. A coluna de hoje do Josias de Souza, na Folha, afirma que oposição teria 352 votos para aprovar o processo de impeachment na Câmara. Uma folga de 10 votos, frente aos necessários 342. Como exercício, imaginemos que este número seja o topo de votos favoráveis.
No que você se pergunta “ora, mas não é suficiente? Afinal, tem folga de 10 votos!” Aí é que está… Dentro da política, não, não é suficiente.
Não há manifestações ocorrendo, a pressão pública se dissipa. Pululam escândalos novos (porra, Panama Papers), sem a presença dos petistas em listas. “Certamente estão no esquema de outra empresa”, dirão muitos, seguros que a ausência de nomes em algo assim é indicativo cabal e confirmação de culpa, vai entender. Lula deve assumir a Casa Civil e joga um jogo sujo, imundo, nos bastidores, distribuindo cargos e benesses para que aliados assim permaneçam.
E político adora uma benesse, adora uma pasta, adora uma verba…
Sejamos honestos, para quem já controlou quase 70% do Congresso dentro de sua base aliada (alô, Mensalão!), quão difícil será conseguir 11 votos? E ainda mais sendo o Lula a negociar? E ainda mais, aqui está o pulo do gato, sabendo que estes 11 votos não precisam votar contra o impeachment, basta transformar em abstenção, em ausência?
A chave estará em convencer estes 11 deputados (e mais tantos outros, claro), a não necessariamente votar a favor. Funciona assim: para avançar ao Senado, são necessários 342 votos DECLARADOS a favor. O resto é como se fosse contra, incluindo na conta abstenções e faltas.
Aparentemente, o impeachment subiu no telhado. As favas contadas de algumas semanas foram transformadas em dúvida, com tendência de queda. Pior para o país, refém do que rola nos bastidores do Congresso e do Planalto.