Crônica Esportiva
Maradona era o exemplo completo da alma argentina. Do sangue nas veias sem pecho frío, da genialidade, da imperfeição, da humanidade.
Com a Covid varrendo os clubes, apela-se à mentira deslavada. Era melhor o tempo em que o exagero semântico pintava o futebol de mitologia.
Se o afastamento é o pecado original, entendo que é no estreitamento de laços humanos que podemos restabelecer a fé na Seleção Brasileira.
Ter eleições no futebol é apenas uma parte do que envolve democratizar os clubes. Associar-se é garantir o exercício de cidadania torcedora.
Na anedota, presidente recorre a 3 bilhetes em caso de crises. Mas o conto tem brecha pra autoritários explorarem: a confiança no caráter.
Uma nova geopolítica do futebol se faz com consistência, histórico e base de torcedores. Acelerar artificialmente esse processo é impossível.
A modernidade chegou, mas alguns conceitos eram inegociáveis ao velho técnico, disposto a arcar com as consequências do seu noves fora, nada.
O fim do primeiro turnoé simbólico para entender quais as pretensões de cada clube. E indica realidades que podem ser difíceis de se aceitar.
Aos 80 anos, Pelé e Edson são personalidades distintas. Se um é condenado à gloria, ao outro restaram as falhas de alguém não mais que comum.
De um mundo fantástico pautado pelo imponderável a uma ilusão de controle. A narrativa do futebol sofre mudanças, diminuindo sua alma.