Há um tempo, logo depois de quando comecei a rotina de escrever um texto por dia, de qualquer espécie, sabia da dificuldade que seria manter a meta. De fato, no impossível da meta, veja que coisa, passaram-se 78 dias úteis desde que comecei a nova saga, e foram publicados 71 textos. 91% de resultado, mereço me dar uma estrela dourada! Isso sem contar as inserções pontuais no Facebook.
A cenoura provocou uma readequação da rotina. Explico: escrever é negócio que exige prática. A intenção era, inicialmente, esta, estabelecer a disciplina. Pelo percentual aí de cima, funcionou. Isto já sendo excluídos efeitos de super produção ou vale criativo. Na reta final do primeiro turno das eleições, houve dias de 5 textos! Normal, para contrastar com os brancos em que nada vem à mente, em especial quando meu pai estava internado, e logo depois de sua ida. Foram 3 semanas duras.
Escrever serviu como terapia. Só neste sentido, já valeu muito a pena. Os últimos quase 2 meses foram não somente produtivos, como produziram coisas das quais sinto muito orgulho.
Um outro objetivo era, como consequência, uma melhoria na qualidade média. Daí a matemática não colabora muito, subjetivo que é.
Como experimento, muito foi tentado. Um estilo, digamos, está saindo daí.
Com o estilo que se faz trazido, vem com ele amigos e conhecidos que efetivamente gostam, compartilham, acompanham, comentam. E olhe que, num universo de Facebook, que estabelece uma relação inversamente proporcional entre números de palavras e disposição para a leitura, e que no mais das vezes, a leitura é para corroborar ideias pré-existentes, o valor destes que se fazem mais presentes é descomunal. E mais outros tantos que, mesmo fora das publicações, me procuram para falar do que foi escrito, quando nos encontramos mostram que leem, que gostam e que acompanham. Num conto ou numa crônica, em especial, é necessário desligar-se do mundo e imergir numa história. Quase todos “não têm tempo”. Entendo.
No rebote da rotina, daí ocorre um efeito natural e absolutamente complexo. Que é difícil de explicar como acontece, mas é arrebatador. Um pouco de bastidores.
Semana passada escrevia o texto que queria publicar na sexta-feira. Um conto de suspense, a história levou por este caminho. Quando me dei conta, eram mais de 6 páginas de texto, e ainda estava construindo a narrativa. Lembra da questão quantidade de palavras x propensão a ler? Pois então, tinha passado do ponto. Mas a história estava tão legal! Eu li, reli, e mais outras vezes. Fiquei preso. E o que acontece depois? E o antes? O que levou àquele momento? O que fazer para encerrar? Caramba: estava arguindo na estrutura de um livro, não mais de um conto.
Outro texto provocou esta mesma reflexão, o “Está pronto”. “Trilogia”, um dos textos de que mais me orgulho, já foi revisitado dezenas de vezes, pensando em como ser maior. Estes dois, no entanto, couberam como conto, mas tem tenta pergunta ainda por fazer! Tanto desenrolar…
A complexidade da prática transformou, naturalmente, a meta de contos em crônicas em potenciais livros. Não que vá virar, qualquer um, se um, mas lidar com um novo paradigma é altamente prazeroso.
Continuando nos bastidores, várias ideias estão surgindo. Em breve compartilho detalhes aqui com vocês. Páginas, vídeos, imagens, textos, estilos, muita coisa.
Ah! Por fim, um pedido, se me permitem. Se você tem acompanhado o que sai aqui, me procura e diz o que acha. Se gostou, se não, se está faltando algo. Como seria mais fácil para você ter acesso ao que se escreve. Se tem uma sugestão para um novo texto, se você tem escrito também e quer alguém para ler. Feedback vale ouro.