As dúvidas da semana passada parecem estar se dissipando. A certeza do impeachment de Dilma Rousseff volta à tona. E o que provocou esta guinada?
Uma primeira explicação é a de que a maioria sempre foi pró-impeachment. Por um momento, pode ter havido dúvidas, se o PMDB seria quebrado, qual o nível do desembarque dos outros partidos, Lula do outro lado da mesa… A tendência seria retornar para a maioria. É um comportamento parecido com o efeito Marina Silva nas eleições de 2014; ela até chegou a assumir a ponta da corrida presidencial, mas a partir do momento que se percebeu não ter fôlego para prosseguir, voltou-se ao normal e ela esteve muito próximo dos votos que já tinha amealhado em 2010.
Outro fator é bem conhecido: a total incapacidade política do governo Dilma de construir alianças, essencial a um político. A presepada com o PP apenas demonstra que o governo saiu desesperado atrás de parcerias, mas mostrou-se incapaz de somar 2 mais 2. No final, pode até ter perdido os votos contra o impeachment que tinha dentro do partido. Saiu pela culatra. O PMDB permanece em sua maior parte a favor da queda da presidente.
O PT se comporta como um rato encurralado, ameaçado: ataca quem vê pela frente, de qualquer jeito. Até que chega alguém com uma vassoura dá-lhe uma porrada na cabeça e derruba de vez aquele ser indesejado.
Outro item, muito bem colocado pelo Hélio Schwartsman na Folha na sexta-feira, é o comportamento dos deputados. A tendência é a de jogar seguro; se veem que o impeachment passa, os indecisos seguem em bando para este lado; se percebem que não passa, pro outro lado seguem sem pudores.
E o que isso quer dizer? Que o placar não será apertado. Ou será muito favorável para a derrubada ou para a permanência. No momento, Dilma cai.