Meu artigo de segunda-feira, 6 de julho, no Correio, gerou diversos questionamentos. “Como é possível dizer que estamos vencendo? Eles estão no poder!”
Pois o complemento à própria pergunta indica o caminho da análise.
Escrevi no terceiro parágrafo do texto: “A questão é deixar de observar o cenário como extremos e perceber as nuances que fazem o trânsito no meio. Ao olhá-las com olhar mais solidário, vê-se que, ao modo brasileiro, no jeitinho e aos tropeções, a noção avança.”
Para isso, há de se reconhecer a derrota acachapante de 2018. Acachapante no sentido de ter se tornado viável a eleição de uma extrema-direita que opera com o de pior existe.
O ponto, portanto é de recuperação. Porque, caso não esteja mais do que óbvio em ações e palavras, já atingimos o fundo do poço. A dúvida agora é sobre a capacidade executiva das intenções terríveis de quem se apossou do governo.
Parece-me, pois, um tanto lógico. Se a intenção da derrocada civilizatória é a constante da equação, a variável é a aplicação de suas ideias.
A cada momento em que um absurdo deixa de se tornar efetivo, impede-se a consolidação de um poder desumano. A cada projeto de lei desenhado para contornar os desmandos do Planalto, a razão prevalece. Estamos construindo em terreno destruído e cheio de entulho.
É complicado, eu entendo, aceitar que o fato de que poderia estar muito pior significa avanço. Prestemos atenção, então, em onde devemos colocar a barra da análise: na constante da equação.
A movimentação política se dá, no momento, em todas as esferas e poderes. Sem oposição organizada, é luta mais prolixa, cheia de desistências e cancelamentos. Mas ela persevera. E, inegavelmente, o governo vaga natimorto, incapaz de implantar seu plano completo, apenas em parte, porque para eliminar seu alcance, só expurgando essa gente.
Crônica publicada pela primeira vez com exclusividade na Papo de Galo_ revista #5, página 52.
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