Campanha política é um dos mais fascinantes períodos existentes. Aquele em que se juntam conceitos de teoria dos jogos, psicologia, sociologia, economia, direito, comunicação, administração, contabilidade, design, fonoaudiologia, etc e tal. Fato é que tem manual de instrução. E algumas recomendações podem ser condensadas num manual de lições básicas a serem aprendidas.
- Esvazie-se de emoção na hora de analisar cenários políticos ou de planejar estratégias de campanha. Isto tende a artificialmente diminuir seus adversários e inflar seu ego. Quanto mais pragmático, melhor.
- Campanhas propositivas são lindas na essência, mas altamente ineficazes.
- Jingles, sim; coreografia NUNCA. Dancinha é motivo de chacota, feita para dar errado.
- Eleição é narrativa. A mais forte e convincente vence. E demora para ser construída. O ideal é parecer que o candidato é chamado pela população para o cargo.
- Tempo excessivo de televisão pode ser um tiro no pé caso você não tenha carisma. Ou então, caso não se tenha profundidade de programas e propostas. A estupidez e o desconforto com exposição não conseguem ser escondidos por muito tempo.
- Nunca duvide da incompetência do PSDB em perder para si mesmo e implodir suas bases.
- O voto útil no Brasil é, em linhas gerais, votar em quem tem chance de ganhar. Argumentos do tipo “votem em mim para tirar a pessoa/grupo X” não funcionam.
- Pesquisas são fundamentais para impulsionar ou dinamitar tendências. Embalo se retroalimenta.
- Todo candidato precisa de um banho de loja. Mudar roupa, visual, cabelo, jeito de falar, ser treinado para mídia… Não aceitar significa não estar disposto a tomar medidas práticas para efetivamente ser eleito. Consciente ou inconscientemente, o povo percebe o desleixo.
- Atritos externos de opinião dentro de uma mesma chapa significam crise interna.
- O vice escolhido serve a um propósito de suprir uma carência do cabeça-de-chapa. É uma mensagem contundente das intenções do candidato.
- Candidato(a) tem que ir pra rua. Tem que ser visto, tem que interagir. E (quase) todos que estarão com ele(a) empunhando bandeiras receberão dinheiro (ou substituto) para estar ali.
- Saber como (e quem) atacar é tão (ou mais) importante quanto saber se defender. Defender-se contra-atacando, então, abordando diretamente o tema da pergunta e forjando novo alvo, é uma arte.
- Segundo turno depende fortemente da qualidade dos palanques regionais. Quem não tem palanque pra subir (ou sobe com quem não tem importância) fica pra trás.
- Quer saber quem vai se eleger? Observe os movimentos do Centrão. Especialmente do PSD e do MDB. Aonde eles forem, governo será. E não há qualquer remorso em abandonar barcos afundando e se aninharem no candidato com mais chances.
Leia artigo com as 10 lições básicas sobre política, parte 1.