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Me deixe

Me deixe

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“Me larga, não enche,
Você não entende nada e eu não te fazer entender”

Não enche, Caetano Veloso

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O burburinho era crescente na grande festa de Iemanjá, na velha cidade da Bahia. Dia 2 de fevereiro, como se sabe, é dia de festa no mar.

No muro da praia da Paciência, ela repousava.

Percebendo os olhos que vinham de trás, vira-se, entende que eram apenas curiosos, que ameaça não representavam. Deu de ombros e virou-se novamente para o oceano.

O que será que passava pela sua cabeça?

Um desgosto para com a festa, que a fazia virar as costas para todos que bebiam e se divertiam?

Ou talvez um gosto maior pelo mar, sentindo-se atraída ao vê-lo assim tão de perto, seus sons, ondas e farfalhar?

Ou, então, os dois ao mesmo tempo?

Sem importar qual era o quê, porque tem quê que não tem porquê, ouvia-se o grito de sua expressão corporal dizer, enfático:

“Me deixe!”

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