Dizem que o primeiro passo para resolver um problema é reconhecer a sua existência. Pois aqui vai, admito aquilo que se tornou um vício. Vício pesado, de caráter irrevogável, não quero parar, não vou parar, nem adiantar pedir. Tornou-se um vício para mim escrever.
Demoro a dormir maquinando histórias na cabeça. Acordo juntando lé com cré, ligando alhos e bugalhos. Não quero comer, não quero levantar da cadeira do meu escritório. Descanso apenas quando o que tem para ser escrito está, finalmente, no ar.
Esta situação, ao mesmo tempo muito produtiva, tem gerado uma pilha de assuntos para tomar conta que às vezes me assusta. São 7 os textos que começaram, mas não terminaram. No mapa mental de temas, de ideias, muitas dezenas. Um livro de contos escrito, um de crônicas escrito, um de histórias sobre a Bahia sendo terminado (a ser lançado em breve), um sobre filosofia sendo escrito paulatinamente, capítulo a capítulo, aqui e ali, ainda outro sobre um dos maiores expoentes da arte nacional que precisa ser finalizado com urgência. Cinco livros. Lançamento com crowdfunding, novo desafio para mim, afinal, algo que nunca fiz.
Isto tudo acontecendo enquanto ainda corro atrás dos caraminguás que mantém os pratos girando. No fim desta próxima semana embarco para São José do Rio Preto para uma palestra sobre o ecossistema de startups. Alguns clientes já pediram palestras sobre construção de empatia no ambiente de trabalho, dadas as histórias que já vi, ouvi e reproduzi. Um projeto novo sobre gestão de mídias sociais e produção de conteúdo. Fora a consultoria, mais inativa do que nunca.
Fico zapeando novos lugares para escrever. Já estou no Correio, mas quero mais com eles. Já estou no HuffPost Brasil, idem. Um portal de política pode surgir em breve no portfólio. Um outro sobre gestão pública também. Mais um sobre viagens, quase nos finalmente. Saiu um artigo na Folha, quem sabe mais? Piauí? Seria um prazer incrível. Crônicas no Estadão? Opa. Roteiros? Tenho vários.
Pode vir que estou facinho, por um precinho camarada.
Ainda tem os meus sites, o “Papo de Galo” e o “Todos têm uma história”, que um dia terão mídias sociais apartadas. Vai chegar a hora em que a escrita vai do perfil pessoal para uma página do Facebook. Ou não. Ainda não decidi.
E mais tanta coisa! Crônicas, contos, futebol, ensaios sobre política, economia, sociologia, filosofia… Variando de acordo com o que vier na cabeça.
Um bate-papo com alguém, em algum lugar, gera ideia para algo novo. Assim nasceu a dona Ruth, de uma conversa despretensiosa, numa crônica alçada rapidamente às minhas preferidas. Não existia, não estava na lista, mas pediu passagem sem pedir licença, e veio ao mundo.
Às vezes mistura tudo. Perco o fio da meada, o lé não rima com cré, o alho vira bugalho, a eira vira beira ou nem isso, numa bagunça de dar dó.
Só que não consigo mais ficar sem.
Sim, virou um vício. Mas quantas vezes podemos descobrir algo que nos apaixona, que fazemos bem, e que pode nos sustentar? Ok, esta última parte ainda não é fato. Um dia eu chego lá. Tudo tem seu tempo.
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