Exaustão.
Estamos todos no limite.
De fato, o alcance do coronavírus excede a doença em si. Se não conhecemos ainda o desfecho e seus impactos, estamos vivendo seu decorrer com inquietude. Porque por mais que os exercícios em casa ajudem, que as lives de músicos famosos –ou nem tanto– se multipliquem, que os streamings colaborem e que escritores tenham liberado suas obras a preços simbólicos (quando não gratuitamente), somos feitos de conexões e de contato.
Ansiamos tanto pelo toque que eliminamos a racionalidade por inteiro. Ao nos aproximarmos da marca de 3 meses de isolamento seletivo (só pra quem pode, mandando os mais necessitados para o risco da doença em nome do desespero), somos o único país a manter a curva ascendente de contaminação e mortes, em passo firme rumo ao Brasil acima de tudo.
Tivéssemos aprendido com os exemplos de quem se despede do pico da Covid-19, estaríamos retomando à normalidade. Só que, infelizmente, subestimar riscos dentro da proteção do grupo, como se fôssemos inatingíveis individualmente, é parte inerente da nossa evolução. E em vez de estarmos debatendo retomada de economia e um possível exagero de prevenção (não seria justamente este o papel da prevenção, que o perigo pareça um abstrato exagero?), estamos dando voltas no próprio eixo, retroalimentando discursos que esticam a crise a níveis potencialmente insustentáveis.
As notícias contam da reabertura gradual, impulsionados por pressões políticas e econômicas, e aparentemente tudo tende a degringolar mais.
Neste cenário, vamos reinventando conexões, criando novas mídias e ressignificando as vias de afeto, desejosos de que um dia, eliminado o inimigo invisível, possamos, enfim, nos reunir sem pudores ou senões, talvez com um tanto de álcool em gel e de máscaras, oferendo o contato e proximidade como bens maiores.
Mas apesar da introdução que contradiz a capa, deixe-me tranquilizar a inquieta mente de geral. Essa edição número 2 da Papo de Galo_ revista vem leve. Vem no mundo da fantasia, porque quem não está cansado de realidade?
Então, aproveitando o ensejo do Dia dos Namorados, eu vou resgatar um dos versos mais conhecidos dos Beatles: all we need is love.
E vá dizer que eles estão errados? Ainda mais num momento como esse…
Amor faz bem. Amor não tem má hora. Amor não tem data de validade.
Apesar da riqueza de vertentes de amor em outras formas, nas páginas a seguir o que vai contar é o amor romântico, o amor de relacionamentos afetivos, de aventuras sexuais, excitações, descobertas, desejos, flertes, decepções, traições, corações despedaçados, e o que mais pintar.
Então, peça licença à crueza da realidade e se entregue ao voar da fantasia. Chame mozão pra ler junto, mande esta revista pra mozão ler de longe, mande pro crush que você quer que vire mozão…
Tudo o que eu preciso neste 12 de junho de 2020 é de amor.
Esbalde-se.
Editorial da Papo de Galo_ revista #2 sobre o amor.
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