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Superdome, EUA

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New Orleans, cidade histórica dos Estados Unidos, ponto central do Blues e do Jazz, está no meio da rota dos furacões. A temporada de potenciais problemas dura longos 6 meses, de junho a novembro, com ápice nos meses de agosto e setembro.

Como quase toda cidade de grande porte no caminho dos furacões, a cidade possui extensos planos de evacuação, dependendo da extensão do problema. Mas nada foi suficiente quando no dia 29 de agosto de 2005, quando o furacão Katrinaatingiu a cidade, com ventos que chegaram a 280 km/h. Rapidamente, a cidade foi inundada.

O governo, no entanto, demonstrou total inaptidão para lidar com a situação. Primeiro pelas experiências anteriores. Os furacões George (1998) e Ivan (2004) foram mais alardeados que problemáticos. Assim, quando o Katrina ameaçava a costa do estado da Louisiana, havia muita dúvida sobre a gravidade do problema, apesar dos avisos insistentes de evacuação.

Foi apenas no dia 28 de agosto, véspera da chegada definitiva do furacão que parte da população se deu conta do que estava prestes a acontecer. De maneira desorganizada, cerca de 9 mil moradores da cidade seguiram para o Superdome, moderno e recém-reformado estádio do New Orleans Saints, time de futebol americano da NFL, como “refúgio de último caso”. O estádio, inclusive, tinha sido abrigo nos furacões de 1998 e de 2004.

Mas nada se equivalia ao Katrina.

Até se dissipar em 31 de agosto, os danos a New Orleans foram severos. E a tragédia do lado de fora se repetia dentro do Superdome.

Numa fascinante reportagem de 24 de agosto de 2015 para o caderno “For The Win” do jornal americano USA Today, Nate Scott narra o desespero das pessoas e as tentativas de gestores da Guarda Nacional para solucionar a situação por 5 dias, de 27 a 31 de agosto.

As passagens são aterrorizantes. O Superdome perdia a luta contra o Katrina, embora fosse o único local possível de refúgio. O teto, que alegadamente suportaria ventos de até 320 km/h, perdeu placas de isolamento, tornando-se uma imensa goteira. As condições gerais eram sub-humanas. Não havia comida nem medicamentos suficientes. Banheiros e pias pararam de funcionar. A energia elétrica caiu por um dia, fazendo com que o interior do estádio se torna-se uma sauna úmida, apodrecendo a já insuficiente comida armazenada, contribuindo para um cheiro pútrido insuportável. Promessas de abastecimento eram ignoradas.

O caos era completo.

A pequena cadeia feita para jogos estava lotada. Havia casos de roubos, assédios e estupros. Três pessoas morreram naqueles dias no Superdome.

As imagens falam por si.

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Depois da evacuação, na virada ao mês de setembro, o Superdome passou por extensa reforma. O prejuízo de quase 200 milhões de dólares se juntou ao montante de 125 bilhões de dólares em prejuízos totais.

New Orleans demorou para se recuperar do trauma. Reportes de transtorno do estresse pós-traumático tornaram-se comuns. Investigações apontaram preconceito no trato direto do problema: as áreas mais afetadas pela inundação concentram os bairros mais pobres da cidade. Apenas no dia 25 de setembro de 2006, mais de um anos depois do Katrina, o Superdome voltou a hospedar um jogo de futebol americano, quando o New Orleans Saints venceu o Atlanta Falcons por 23 a 3 no terceiro jogo da temporada. No dia 7 de fevereiro de 2010, o time foi pela primeira vez campeão da NFL ao vencer o Super Bowl XLIV.

As feridas do Katrina permanecem expostas até hoje na cidade.

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Esta é a parte 6 de 8 de matéria publicada com exclusividade na Papo de Galo_ revista #5. (Páginas 28-31)

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Capa da edição #5 da Papo de Galo_ revista sobre hospitais de campanha em estádios esportivos.

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