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O princípio e o fim da política pública

O princípio e o fim da política pública

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Muito de nós, até darmos conta da importância da política, de passar a entendê-la pelo menos parcialmente, convivemos com problemas mais, digamos, mundanos.

O pneu do carro furado ou rasgado por causa do buraco na rua, com asfalto que se desfaz apesar de recapeado há pouco tempo.

O congestionamento que dificulta o trânsito ao trabalho.

A água que não chega encanada, nem se esvai num rede de esgoto.

Energia elétrica que oscila e queima os eletrodomésticos comprados com tanto esforço.

A internet que não funciona corretamente.

Os Correios que atrasaram aquela conta, e o nome foi negativado.

O caminhão de lixo que não passou e o lixo se acumula na porta de casa e na rua.

O ônibus, que só passa extremamente lotado e com intervalo longo demais.

A escola da criança caindo aos pedaços, com professor faltando.

O hospital onde a sorte é o principal fator para conseguir atendimento.

O preço dos produtos que aumentou no mercado.

O desemprego, a fome, o desespero.

Por mais que Brasília monopolize o noticiário, nosso primeiro contato com questões políticas sai da boca de pais e parentes a reclamar, com razão, das coisas da vida. Ainda demorará muito tempo para que nós, infantes, liguemos uma coisa a outra, a reclamação à vida política.

É dentro de casa que a política começa a se fazer ao cidadão. Mesmo que ele não tenha qualquer consciência disso.

Apesar da frase de André Franco Montoro afirmar que é nós vivemos no município – e é fundamental entender o contexto desta frase, o que será feito no artigo sobre a Constituição de 1988 e a elevação dos municípios ao status de ente federativo – essa retórica pode seguir até chegar ao limite do individualismo residencial.

Mas deixemos isso para daqui a pouco.

Por agora, é o momento de se procurar compreensões sobre o processo político que vai ter mais uma de suas festas neste ano de 2020. Sim, estou falando das eleições, que prometem fazer 2018 parecer uma brisa de verão.

Tudo será diferente esse ano. As redes sociais vão ter papel ainda mais centralizado na comunicação política. Em meio à pandemia, a política de campo, de rua, corre o risco de nem acontecer.

Em meio aos nomes de candidatos que todos sabemos de cor, virá uma série de novos nomes, com gás novo, muitos representando mudanças efetivas da maneira como política se faz no município.

E como a política se faz no município?

É isso que veremos em diversos aspectos nesta edição da revista. Por óbvio, não veremos a totalidade de temas, porque isso é virtualmente impossível, especialmente porque cada cidade tem sua característica que a faz única.

Alguns itens, no entanto, permeiam todas as realidades. O primeiro e mais importante diz respeito ao não afastamento da política:

Quer você goste ou não, a política faz parte de sua vida.

Você votando ou não, interagindo ou não, fingindo não ser afetado ou reconhecendo o impacto direto, prefeitos e vereadores ainda serão eleitos, recursos públicos serão gastos, tanto agora quanto depois.

E aqui está um ponto chave da importância da participação individual na política municipal: é preciso eleger gente realmente interessada no bem público, com capacidade de atuação priorizada a partir de uma ampla compreensão das necessidades da população.

Ou seja: pesquise os candidatos antes de votar.

Depois pode ser tarde demais.

Sabe aquela obra exagerada que é um claro desvio de verbas públicas pela qual você passa?

Sabe o atraso para chegar ao trabalho provocado por congestionamento e deficiência no transporte público?

Sabe a fila no hospital ou posto de saúde que você enfrenta sem atendimento apropriado?

Sabe a creche que não tem vaga para o seu filho?

Pois então: política.

E é no município que ela se apresenta ao cidadão da maneira mais direta. É na cidade que até mesmo as políticas definidas em Assembleias Legislativas e Congresso Nacional se materializam. É dentro da sua casa, na sua rua.

E essa mensagem, claro, se aplica também a políticos, candidatos ou com mandatos. Estes também são cidadãos, embora de um extrato social normalmente diferente. (O poder tem seus jeitos de fazerem as coisas andarem melhor para quem o tem.)

Diante disso, esta edição #8 da Papo de Galo_ revista vamos aprofundar alguns destes itens que consideramos ideais para situar as eleições que chegam. É a primeira de uma série de edições que vão tratar dessas eleições 2020.

São 3 artigos assinados, 5 entrevistas e diversos ensaios que vão ajudar a expandir sua visão política.

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Arte: Dom André. 11 de agosto de 2013.

Editorial publicado pela primeira vez com exclusividade na Papo de Galo_ revista #9, páginas 7-9.


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Capa da edição #9 da Papo de Galo_ revista sobre o papel do município na política.

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